Introdução
A síndrome metabólica é uma condição multifacetada que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e está relacionada principalmente a obesidade, gordura abdominal e a resistência a insulina.
A obesidade, particularmente a obesidade abdominal, está associada à resistência aos efeitos da insulina na utilização periférica de glicose e ácidos graxos, muitas vezes levando ao diabetes mellitus tipo 2. A resistência à insulina, a hiperinsulinemia e a hiperglicemia associadas a uma substância produzidas pelas células de gordura (Adipocinas – as citocinas dos adipócitos) também podem levar à disfunção dos vasos, alterações de colesterol, hipertensão arterial e inflamação vascular, todos os quais promovem o desenvolvimento de doença cardiovascular.
Definição e Diagnóstico
A síndrome metabólica é um conjunto de condições que ocorrem simultaneamente, aumentando o risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) e diabetes tipo 2. Os sintomas podem ser silenciosos contudo são prejudiciais a nossa saúde.
Programa Nacional de Educação sobre Colesterol ATP III — Os critérios ATP III de 2005 definem a síndrome metabólica como a presença de quaisquer três dos seguintes traços:
- Obesidade abdominal, definida como circunferência da cintura ≥102 cm (40 pol) em homens e ≥88 cm (35 pol) em mulheres
- Triglicerídeos séricos ≥150 mg/dL (1,7 mmol/L) ou tratamento medicamentoso para triglicerídeos elevados
- Colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL) sérico <40 mg/dL (1 mmol/L) em homens e <50 mg/dL (1,3 mmol/L) em mulheres ou tratamento medicamentoso para colesterol HDL baixo
- Pressão arterial ≥130/85 mmHg ou tratamento medicamentoso para pressão arterial elevada
- Glicemia de jejum (GJ) ≥100 mg/dL (5,6 mmol/L) ou tratamento medicamentoso para glicemia elevada
Tratamento
O tratamento da síndrome metabólica envolve mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, medicações específicas e até procedimento cirúrgico.
As abordagens incluem:
- Dieta Saudável: Adoção de uma dieta rica em frutas, vegetais, proteínas magras e gorduras saudáveis. A redução da ingestão de açúcar, sal e gorduras saturadas é essencial.
- Exercício Regular: Sugerimos que os pacientes escolham um regime que gostem e que possam incorporar praticamente em suas rotinas diárias. Também aconselhamos os pacientes a combinar treinamento aeróbico e de resistência, se possível. A recomendação padrão de exercícios é um mínimo diário de 30 minutos de atividade física de intensidade moderada (como caminhada rápida).
- Perda de Peso: Redução do peso corporal através de uma combinação de dieta e exercícios pode melhorar significativamente os fatores de risco.
- Cessação do Tabagismo: Parar de fumar melhora a saúde cardiovascular e reduz os riscos associados à síndrome metabólica.
- Controle adequado das comorbidades: Controle da pressão arterial elevada, controle dos níveis de glicose no sangue, redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos.
- Muitos pacientes com síndrome metabólica e obesidade não conseguem manter a perda de peso com modificação intensiva do estilo de vida ou se envolver em dieta e exercícios. Opções adicionais para esses pacientes incluem farmacoterapia (medicamentos para emagrecimento) ou Cirurgia Metabólica.
Cirurgia Metabólica
A cirurgia metabólica é um tipo de procedimento cirúrgico, semelhante a cirurgia bariátrica, mas nesse caso focado no tratamento das doenças metabólicas, como diabetes tipo 2, através da modificação do trato gastrointestinal. Além de promover a perda de peso, a cirurgia metabólica tem como principal objetivo portanto melhorar ou até mesmo reverter condições metabólicas associadas à obesidade.
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Conclusão
A síndrome metabólica é uma condição complexa que requer uma abordagem integral e individualizada para cada paciente afim de um manejo eficaz. Mudanças no estilo de vida são a pedra angular do tratamento, mas, em muitos casos, a terapia medicamentosa e a cirurgia metabólica também podem ser necessárias para controlar essa patologia.
O diagnóstico precoce e a intervenção adequada são essenciais para prevenir complicações graves, como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.
Referência Bibliográfica
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